Por Joaozinho Wolff
Talvez você não saiba, mas os antigos egípcios usavam alucinógenos à base de lótus em suas cerimônias. Por cerca de 3000 anos eles usaram. Hoje essa droga está proibida e tem gente viciada nela.
Os índios andinos costumam mascar coca. Folhas de coca. Nenhum é viciado nisso. Depuramos a coca e comercializamos um
potente tóxico - em nossa sociedade.
Canabis é originária do Afeganistão - alho, cebola, papoula também! A Canabis foi primeiramente proibida nos EUA por políticos financiados por lobistas do naylon. Eles queriam
acabar com o uso da fibra de cânhamo. Marginalizaram a planta
e os usuários dela. Acabaram gerando
seu mercado negro, q selecionou as plantas com maiores teores de canabióides e hoje temos essas variedades bastante fortes. Pouca
gente sabe (ou compreende isso) mas o canabiol não causa dependência química, como a morfina, a cocaína
ou a nicotina. Mas causa, sim, a dependência psicológica.
O ecxtasy
foi desenvolvido com finalidades terapêuticas - e chegou a ser
eficazmente utilizado pela clínica psiquiátrica. Passou a ser utilizado de forma recreativa e
incauta. Claro, também acabou proibido. Curiosamente também não causa dependência química mas, sim, psicológica.
É crescente o uso recreativo da
ayuasca. As tribos de onde ela é originária fazem uso ponderado e eu nunca ouvi falar de um índio viciado nela. Mas já
ouvi falar de playboy viciado em ayuasca.
O ponto
onde quero chegar: fico com a impressão de que é o moralismo de nossa sociedade que cria pessoas viciadas. É o moralismo que não permite o uso ponderado (e moderado)
de substâncias psicoativas. O moralismo
fundamentalista religioso ganha traços de crueldade, porque - através da lavagem cerebral - manipula histericamente um pequeno
grupo de pessoas contra o resto todo da sociedade, segmentando-a e impedindo a possibilidade de diálogo e amadurecimento de
ideias.
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