terça-feira, 21 de maio de 2013

Política & etc: Opinião - Que Deus nos guarde





por Joãozinho Wolff


 Sim, é verdade que Feliciano foi eleito deputado democraticamente mas, de forma alguma, é isso que se tem questionado - apesar disso ser assustador por si. O problema é que, em uma manobra política e não democrática, um deputado declaradamente contra os direitos humanos foi alçado à presidência da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Isso é tão absurdo quanto Blairo Maggi na Comissão de Meio Ambiente, quanto Fernando Collor na Comissão de Justiça e Renan Calheiros na Presidência do Senado. Como se já não bastasse ser um absurdo o povo escolher essas pessoas para representá-lo, eles entre si escolhem essas pessoas como líderes de todos nós. Aí sím: Marco Feliciano não me representa. Muito menos Bairo Maggi, Fernando Collor e Renan Calheiros. 

   Você já reparou que eu nunca tomei parte em atos de beijo de protesto? Eu quero que um beijo continue representando carinho. E não violência. Por um lado é bacana que héteros famosos (ou não) demonstrem apoio à diversidade sexual dando beijos gays, mas não é isso que tem sido feito. Mesmo os héteros estão aderindo a um protesto. Ainda por cima confundindo as ideias com símbolos católicos! Isso vai de grave a patético. 

   A escalada de poder dos evangélicos me amedronta. Sejamos francos: a maior parte das pessoas é facilmente manipulável. Líderes evangélicos usam técnicas de lavagem cerebral pra arrebanhar fiéis. E essas pessoas formam um eleitorado fiel. O perigo disso é que candidatos que, não realmente representam o povo, acabam subindo ao poder respeitando as regras da democracia. Nossa cultura política idolatra pessoas - ao invés de ideias. Ainda por cima vota-se em quem parece que vai ganhar, num "efeito rebanho". Não é preciso bola de cristal pra perceber que, do jeito que as regras estão, os evangélicos vão dominar o poder político neste país. 

Que Deus nos guarde!